Aborto
Céus dos
inocentes – Prezada mamãe
Ao iniciar esta carta sei que esta bem, pois
posso vê-la, mas a senhora não pode me ver e nem me viu.
Olha mamãe, eu sou aquela criança que você
matou. A senhora não sabe o quanto eu tinha vontade de nascer, mas você, e o
covarde do meu pai, não me deram essa alegria e, por isso, escrevo-lhe dizendo
que eu tinha muita vontade de nascer.
Olha mamãe, quando ouvi o papai e a senhora falando
em aborto eu fiquei a pensar, mas não sabia o que era.
Quando a senhora começou a fazer aquelas
coisas absurdas eu fiquei preocupada. Ai meus sonhos caíram terra abaixo.
Quando a senhor introduziu aquele talo de
mamona acertou bem no meu olhinho, que era tão lindinho e tão cheio de vida e
que tinha uma vontade louca de ver seu rosto.
Mamãe, eu queria ver seu sorriso, mas não
ficou por ai não. A senhora não se contentou e foi naquele medico assassino que
deu aquelas pastilhas acidas que pegou bem no meu rostinho e eu passei minha
mãozinha para tirar aquilo porque ardia muito e ela era tão linda mamãe. Elas
eram feitas para acariciar seu rostinho mamãe, era a vontade que eu tinha de
tocar em você.
A senhora nem sabia e continuou com aquela
ideia absurda, quando a senhora, naquela tarde, pulou de um barranco, sabe
mamãe, quebrou minha espinha e fiquei paralisado. Eu tinha vontade de correr,
brincar e pular em seu colo.
Mamãe, fiquei aterrorizada quando senti que
não podia nascer. A senhora nem sabe o quando sofri, não esqueço nunca.
Ate que chegou a noite fatal. Essa não
esqueço, quando a senhora introduziu em si aquela agulha de tricô que passou
entre as minhas mãozinhas queimando e foi atingir meu peitinho que era tão
cheio de vida e um coração cheio de amor pela senhora, mas aquela agulha me
virou de um lado para o outro tirando minha vida.
Mamãe eu estou aqui entre os anjos e Deus, e
todos os dias vejo Jesus, pois nos ficamos sentados bem perto de seus pés e
peço a ele que te perdoe, mas acho muito difícil que faça isso. E saio sempre
para um cantinho e fico chorando e pensando porque fez isso.
Mamãe, porque me mataste com tuas próprias
mãos?
Espero que ao receber esta carta a senhora se
arrependa de seus pecado, e eu continuarei a pedir a Deus que a perdoe, pois eu
já a perdoei, mas só Ele pode perdoar seus pecados. E se a senhora conhecer
alguém que tenha essa ideia, mostre essa carta e tente faze-lo mudar de ideia.
“Sem mais me despeço, seu filho que não nasceu”.
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